Os registros em cidades do Brasil e do mundo levaram Ribeiro a concluir que, além da luz magenta natural, São Luís tem outro diferencial que faz valer qualquer fotografia. “O mar, que não só na fotografia, acalma, faz sentir bem, o barulho, o som, aquela brisa marinha. O que acho mais interessante em São Luís é o mar. Às vezes calmo, como como um lençol e às vezes alto, como se fosse uma tormenta, uma força. É judiado, tem poluição e tudo mais, mas ainda assim é bonito. Uma das coisas mais bonitas que existem é o brilho do sol no mar. Em São Luís, isso é único”, define.
Para ele, o diferencial da fotografia é o olhar, a técnica é apenas uma ferramenta e, por isso, é preciso exercitar a paciência para conseguir boas fotos. “O mundo moderno faz com que a gente seja muito acelerado. Acho que se você consegue ter paciência, você consegue uma boa foto. Fotografia é paciência em todos os setores, tanto moda, como casamento, como produto, é paciência. Sempre você vai ter que esperar. Se você ficar com a câmera na mão esperando, alguma coisa interessante vai acontecer e você vai conseguir registrar”, avisa.
“São Luís é uma cidade muito bonita, muito interessante, é Patrimônio Histórico da Humanidade. Essa mistura do clássico com o moderno resulta em fotos interessantíssimas. No entanto, as pessoas não estão conseguindo valorizar muito esse patrimônio. Tenho medo que algum dia a gente perca esse título. A gente tem que olhar com carinho para a cidade porque é em momentos de contemplação, às vezes, solidão, é que a gente enxerga a alma da cidade. Eu sempre tento passar esse ambiente nas minhas fotos. Muitas vezes a melancolia, o sorriso, às vezes, um espaço vazio”, explica.
Aluízio Ribeiro diz que procura explorar a luz natural da cidade que, para ele, possui um tom de magenta especial (mistura das luzes azul e vermelha) e beneficia a produção de imagens com expressivo ar bucólico. “Cada lugar tem uma luz singular. Aqui em São Luís tem um tom de magenta muito bonito. É uma cor aqui que a gente vê nas pessoas, eu consigo enxergar no rosto das pessoas. Na Itália tem um tom de amarelo muito bonito, a luz branca de Lisboa, a luz artificial de Paris também é muito interessante, a luz cinza de Londres e aí vai. Cada um tem sua particularidade”, defende.
Uma cidade que pulsa além do Centro Histórico e Cultural. É assim que São Luís é retratada no trabalho do fotógrafo Aluízio Ribeiro, de 28 anos. Nos 403 anos da capital, o maranhense revela outras facetas do cotidiano ludovicense em cenários que mostram luzes e belezas naturais únicas.
Formado em Prática de Fotografia Universal pela Universidade de Belas Artes do Porto, em Portugal, Ribeiro atua há cinco anos na área. Assinou a exposição “Singularidade da Luz”, no Museu de Belas Artes do Porto, trabalho no qual defende que “cada cidade possui uma luz única e diferente”.
Fotografias mostram luz e encantos naturais da Ilha de São Luís.
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