Fundado 1985 em São Luís, o grupo Teatrodança celebra 32 anos de existência. E a data será marcada com recortes de espetáculos que remetem à história do grupo comandado pela bailarina e coreógrafa Júlia Emília. Amanhã, às 19h, no Teatro Alcione Nazaré (Praia Grande) com Entrada Gratuita, o público poderá assistir a fragmentos de “Ilhadas”, com Júlia Emília; “TRANSgressão”, com Victor Vihen; e “Trinta e dois”, com Alex Costa, Eline Cunha e Thayliana Leite.
O Teatrodança tem como foco a investigação das questões do corpo e corporeidade na cena e dialoga com a antropologia e expressividade das tradições populares. Para falar sobre a vocação e a história do grupo ao longo de mais de três décadas, a jornalista Talita Guimarães, apresentará o texto “Menestréis”. Embora tenha entrada gratuita, as pessoas que desejarem podem contribuir com a quantia que desejarem, uma forma de remuneração.
O espetáculo integra uma trilogia e ganhou o prêmio na categoria Desenvolvimento Humano da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapema 2016). “É um espetáculo que fala sobre a violência contra o feminino, sobre preconceito desmedido que gera extermínio. Levo ao palco histórias publicadas pela mídia de oito mulheres traficadas”, destaca Júlia Emília. “Ilhadas” integra a trilogia que começou com ‘Meninilha’ que fala sobre meninas molestadas. O último espetáculo ainda está em fase de gestação e terá como foco mulheres do XVIII que foram encarceradas.
Victor Vihen fará a performance “TRANSgressão”, selecionada para o 13º World Women Congress. O espetáculo une visualidade e ação, corpo e mente, imersão e interação para evidenciar relações de gênero e combater o raciocínio preconceituoso sobre o tema.
O encerramento será com “Trinta e dois”. Trata-se de um musical performático que remete ao trabalho, arte e vida do grupo Teatrodança. Mostra a força poética dramatúrgica em cenas com textos, sonoridades, movimentos e gestualidades passadas, presentes e futuras. A direção é da instrumentista Eline Cunha com performances de Alex Costa e Thayliana Leite.
O grupo Teatrodança iniciou com o espetáculo “Bar do Porto” e nos primeiros anos apresentou “Coração Terreiro”, “Poema”, “Sete Saias” e “Muitos Caminhos”, entre outros. A partir de 1998 destacou as questões do corpo e corporeidade na cena e dialogou com as tradições populares em “Bicho Solto Buriti Bravo”, parceria com o poeta Ferreira Gullar e o compositor Zeca Baleiro. A pesquisa recebeu a bolsa Virtuose do Ministério da Cultura, o que possibilitou o intercâmbio de processos na Universidad de Buenos Aires, Danzario Americano e Fondación Río Abierto.
Tendo como foco propostas artísticas e pedagógicas inclusivas, realizou os projetos Espirais do Tempo; Incubadora Inclue/Caixa Econômica/Sebrae; e Programa BNB de Cultura. O espetáculo “Alma Nova”, “O Baile das Lavandeiras”, “Flores”, “Mundo Imaginário de Juju Carrapeta”, entre outros compõem o repertório do grupo.