Entre as novas caras da literatura maranhense, Sharlene Serra tem cinco livros, sendo quatro publicados. Ela escreve há 8 anos e sente uma grande necessidade de ser reconhecida no Maranhão. A escritora está prestes a publicar o infantil “Interagindo com Lucas”, que aborda a questão do autismo. “Escrever é uma atividade muito prazerosa, mas sinto falta de incentivo e do reconhecimento do nosso trabalho aqui no nosso estado. Fui convidada para lançar um dos meus livros em Curitiba no ano passado e na bienal de Fortaleza. Lá, vi contadores de história lendo o meu livro. Já aqui, na minha terra, não vejo esse incentivo”, disse Sharlene, que desde criança tem a companhia das histórias, dos diários e poesias, tornando-se escritora por sentir que as histórias transbordavam em si e sentia que precisava transformá-las em livro e compartilhar.
Para Lenita Estrela de Sá, veterana na literatura infantil e com 14 livros publicados, o que se observa é uma renovação constante de escritores, mas sempre carecendo de iniciativas oficiais. Para Lenita, ainda são oferecidos poucos editais. “Acho que poderia haver uma frequência maior de concursos literários, para incentivar a revelação de novos talentos e facilitar as publicações, pois na maioria das vezes, nós precisamos tirar do nosso próprio bolso”, disse a escritora, cujo primeiro livro publicado, no gênero poesia, intitula-se “Reflexo”, prefaciado pelo imortal Josué Montello.
O presidente da Associação Maranhense de Escritores Independentes (AMEI), José Viegas, revela que a Livraria e Espaço AMEI reúne 1.400 títulos e o número de associados já chega a 223, sendo 80% referente a escritores e o restante, a artistas plásticos e profissionais das artes cênicas. Ele informou que há uma média de três a quatro lançamentos de livros por semana.
“Os escritores maranhenses estão com maior visibilidade, não temos dúvida disso. O problema ainda é a falta de apoio e patrocínio para as publicações. Além disso, torna-se uma responsabilidade das autoridades e das associações não deixar desaparecer das prateleiras as obras antigas, as obras raras e os clássicos.
Alguns títulos de Josué Montello, por exemplo, já não se encontram mais nas prateleiras das livrarias, porque não foram reeditados. E há muitos outros esgotados. Não há nada de Gonçalves Dias ou de Jomar Moraes. É preciso atentar para isso. Logo, não podemos pensar apenas nos novos escritores, mas também nos antigos”, disse José Viegas.
Eles espalham conhecimento por meio dos livros
Vasto conhecimento do vocabulário, gramática, ortografia e uma boa dose de criatividade e conhecimentos gerais do mundo são as habilidades fundamentais daqueles que se dedicam a escrever e que hoje são os homenageados pelo Dia do Escritor. No Maranhão, a produção literária tem experimentado um momento marcante e ganhou incentivo com a abertura da Livraria e Espaço Cultural AMEI, no São Luís Shopping, exclusivo para a divulgação de trabalhos maranhenses.
Segundo o presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, os escritores maranhenses vivem a mesma realidade dos escritores brasileiros, mas, apesar do pouco incentivo em termos de políticas públicas, há uma produção editorial significativa. “Não somente do ponto de vista quantitativo, mas também qualitativo. Basta pensar na Livraria e Espaço Cultural AMEI, onde se pode encontrar vasta produção local. Isto quer dizer, também, que muitos escritores estão sendo revelados e outros tantos, sentindo-se à vontade para mostrar o seu talento. E há muita gente da nova geração que está se manifestando”, destacou Benedito Buzar.
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