O dia 22 de novembro marca o centenário de nascimento do Padre Clodomir Brandt e Silva, que se dedicou ao sacerdócio no município de Arari, deixando para aquela cidade um importante legado em áreas como educação, política e literatura, tendo publicado quase 30 livros. Para marcar a data, entidades e grupos organizados farão programações com o fim de exaltar a vida e obra do sacerdote que foi ainda educador e professor; jornalista, escritor; pesquisador, historiador, político e orador.
Uma delas será a Academia Arariense-Vitoriense de Letras que realizará, em comemoração ao centenário do patrono da sua cadeira 9, uma programação artística e cultural que ocorrerá sábado, 25, em Arari. A Associação da Doutrina Cristã – Memorial Padre Brandt também fará ações sábado, 25. Haverá também eventos religiosos.
Em Arari e Anajatuba, o dia do aniversário do sacerdote será lembrado ainda com homenagem do escrivão aposentado Luiz Henrique Everton. Ele programou uma edição especial do jornal local “Notícias de Vanguarda” sobre o padre e que será distribuída em Arari e Anajatuba. “O Padre Brandt é de fundamental importância para Arari. Não apenas para as gerações passadas, mas também para as próximas por ser um exemplo de vida extraordinário, de devoção e dedicação à religiosidade cristã e à educação, de grande caráter humanitário ao oferecer serviços de saúde e assistência social. Comandou, com entusiasmo, os eventos cívicos, artísticos, desportivos, artesanais, profissionalizantes, econômicos, culturais em Arari. Foi ainda expressiva liderança no comando de sua agremiação política”, destaca Luiz Henrique Everton.
Quem foi Padre Brandt!?
O Padre Brandt nasceu no município maranhense de Colinas em 22 de novembro de 1917, sendo o quinto dos nove irmãos filhos do casal Carolina Brandt (descendente de alemães) e Sebastião Gonçalves Silva. Iniciou os estudos básicos em Colinas e depois em Caxias, tendo como responsável por sua educação o tio alemão Cláudio Brandt que o encaminhou para o Seminário Santo Antônio, em São Luís, aos 15 anos.
Desembarcou na cidade de Arari em 1944 e lá fixou residência por 54 anos, tendo falecido em 22 de abril de 1988. “Ele tinha 26 anos quando chegou a Arari com grande carisma, inteligência e ideias sociais avançadas. Em pouco tempo tornou-se uma liderança importante na cidade. Posso afirmar que Arari se divide em antes e depois do padre”, destaca Luiz Henrique, que pesquisa sobre a vida e obra do religioso.
No campo da educação fundou o Instituto Nossa Senhora das Graças, colégio vespertino para meninos; a Associação da Doutrina Cristã (ADC); o Instituto Bom Jesus dos Aflitos, colégio matutino, para meninas; o Ginásio Arariense (noturno, misto); o Jardim de Infância Menino Jesus; e a Escola Normal de Arari.
Nas letras, o religioso foi jornalista e ensaísta. São de sua autoria as obras “Escritos Sem Ordem”; “Famílias Ararienses”; “Assuntos Ararienses I e II”; e os romances “Folha Miúda, minha dor”, “Os Caminhos de Silvânia”, “Arnaldo”, “Luzia dos Olhos dos Verdes”; e ainda “A Semente que cresceu entre Espinhos”.
Dono de uma grande oratória, o Padre era polêmico. Foi o criador do sistema de autofalante “A Voz de Arari”, implantou uma gráfica e fez circular o jornal “Notícias”, redigido por ele e que incentivou o surgimento de outros periódicos. O Padre também era político, tendo sido candidato a prefeito daquela cidade.