A Companhia Cazumbá de Teatro e Dança, que completa 43 anos de existência, apresentará a peça Bonjour Curumim. O espetáculo é assinado e dirigido por Américo Azevedo Neto e será encenado no período de 2 a 4 de dezembro, no Convento das Mercês, no Desterro.
Embora seja poeta, cronista, romancista, folclorista, jornalista e membro da Academia Maranhense de Letras, onde ocupa a cadeira 19, Américo Azevedo gosta mesmo é de ser chamado de “Homem de Teatro”. Não teatrólogo, por achar pernóstico; nem ator que já foi, nem diretor e coreógrafo, que ainda é. “Homem de Teatro”, em sua opinião, diz tudo.
A Montagem
Américo conta que o espetáculo se utiliza de uma linguagem naturalista para narrar um pouco da história de São Luís. Brinca com sua cultura, seus atrasos e falhas.
“Não mostramos apenas o passado, seus atrasos impostos por ancestrais e rotineiros erros administrativos e políticos, mas, lamentamos também suas tortas alterações urbanas decorrentes de um progresso confuso e desordenado por muitos”, comentou Américo.
Após vivenciar, estudar, ler e observar como está a capital maranhense, Américo se inspirou e relata, através de contos, poemas e de um grande elenco, as questões ambientais da Grande Ilha.
A apresentação discorre sobre as letras das 15 canções do espetáculo que retrata a história de São Luís. São elas:
São Luís: Como Eu Sou;
Canção dos Naufrágios;
Canção das Putas Espalhadas;
São Luís Não Foi;
O que é fundar?;
Afinal, Quem é Meu Pai?;
Canção da Chegada;
Toda feita de pedaços;
Paz;
Sou Como Fui?;
Mesmo Tu Estando Presente;
Eram de Paralelepípedos;
Pensado Escravo;
Foram Três Beijos leais;
Deus, Por Favor, Me Escuta.
Elenco
Empolgados com o espetáculo, os artistas acreditam que fazer Bonjour Curumim é deixar o corpo falar através da arte.
“A família Cazumbá nos permite isso, expressar a arte através do nosso corpo. Bonjour Curumim é uma crítica política e social que conta um pouco da história de São Luís e provoca saudades de um tempo bom que a geração de hoje não teve a oportunidade de viver. É um momento que vou levar para toda a minha vida profissional, não só pelo espetáculo, mas pela direção, atores e atrizes que também fazem acontecer”, disse Gabriel Duarte, ator e bailarino.
A psicóloga e atriz Thaissa Costa, de 25 anos, conta que se interessou pela Companhia Cazumbá por ela trazer o resgate de algumas manifestações culturais, mas mantendo o lado teatral.
Thaissa acredita que o espetáculo representa uma saudade do que São Luís transmitia.
“Hoje, por descasos políticos, já não nos transmite mais. Mas a nossa peça representa também a certeza da esperança, não só nossa (elenco), como de toda população, que um dia ela nos trará as alegrias e belezas de outrora”, declarou Thais.
Além do corpo de bailarinos, o espetáculo conduz a plateia para dentro do contexto da peça através dos sons da orquestra composta pelo teclado, violão, baixo, cavaco, banjo, violino, flauta, sax, trombone, piston e bateria.
As apresentações ainda terão a participação especial da atriz Carla Purcina, como “Velha Senhora” e Neusa de Paula, como “Cidade de São Luís”. Os cantores serão Tônia Buna, Vânia Coelho, Dom Papaleo e Paulo Viegas.
A entrada para assistir à encenação gratuita, que conta com o elenco de 50 pessoas, entre atores, orquestra e produção, será apenas um quilo de alimento não perecível. O espetáculo será apresentado nos dias 1, 2, 3 e 4 de dezembro, no Convento das Mercês, no bairro Desterro, Centro de São Luís.