São Luís recebe, de hoje a sábado, o Fest Luso - Festival de Teatro Lusófono. O evento, que pela primeira vez é realizado na capital maranhense, está em sua 10 ª edição e foi criado pelo ator e produtor Francisco Pellé, do grupo Harém de Teatro, do Piauí. No Maranhão, o festival ocorre em parceria com a Cia. Sta. Ignorância e as apresentações serão nos teatros Arthur Azevedo (Centro), Alcione Nazaré (Praia Grande), Pequena Companhia de Teatro (Praia Grande) e Cia Beto Bittencourt (Praia Grande). Toda a programação é gratuita, com doação de um quilo de alimento.
A abertura será hoje (15), às 20h, no Teatro Arthur Azevedo, com a mais nova versão da comédia “Pão com Ovo”. Desta vez, o quadro se passa no Maranhão escravocrata do século XIX e tece uma crítica social ao trabalho escravo e ao assédio sexual contra as mulheres. A distribuição de ingressos começou ontem e obedece à lotação do espaço.
Além dos maranhenses, o Fest Luso reúne montagens de países como Moçambique e Portugal, além das brasileiras vindas do Rio Grande do Sul e Piauí. “Estamos muito felizes com essa primeira edição do Fest Luso no Maranhão e pela oportunidade de oferecermos espetáculos internacionais de alta qualidade de forma gratuita para os maranhenses. Além de democratizar o teatro e formar plateias, esse festival é riquíssimo em oportunidades para todos os atores. Trata-se de uma vitrine internacional para expor o nosso trabalho como atores de língua portuguesa”, explica o ator e diretor César Boaes, da Cia. Sta. Ignorância.
Boaes destaca que o evento acaba servindo de vitrine, pois foi graças a uma participação da companhia, com a comédia “Pão como Ovo” em uma edição do Fest Luso em Teresina, que a peça foi vista por um diretor português que levou o grupo maranhense para diversas apresentações em Portugal, há dois anos.
Para o ator, produtor, criador do festival e atual curador artístico do Fest Luso, Francisco Antônio Vieira, o Francisco Pellé, trata-se de um evento que, além de renovar a cena cultural lusófona, serve para cartografar nações, cores, etnias, vidas e sotaques de países como Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau e Guiné Equatorial. “Com o Festival fomentamos a cultura e o teatro ao mesmo tempo em que aproximamos povos e países de língua portuguesa. Nesses 10 anos ininterruptos em que realizamos o Fest Luso, oportunizamos o conhecimento, a troca de vivências, a formação de atores, as parcerias criativas e os afetos entre países participantes”, declara Pellé. Após a edição no Maranhão, o Fest Luso ocorre, de 20 a 25 deste mês, em Teresina (PI).