Vasta programação gratuita movimenta o Abril Indígena, de hoje até sábado, (21), com ações e reflexões sobre os povos indígenas no Maranhão. Organizações não governamentais, artistas, fotógrafos e lideranças indígenas, com apoio do poder público, unem forças para levar ao público a cultura e a resistência dos indígenas, com atividades em escolas, institutos de ensino tecnológicos, centros culturais e pontos de cultura de São Luís, São José de Ribamar e Raposa.
A programação contará com a presença de Rosa e Durval Tremembé, lideranças indígenas do município de Raposa. Eles participarão da palestra “Cultura e Resistência dos Povos Indígenas do Maranhão”. Os Tremembé são originários do litoral do Nordeste, que habitam os estados do Ceará e Maranhão (Tutóia e Raposa). Seus ancestrais chegaram em Raposa na década de 1960 e ajudaram no povoamento e desenvolvimento do município. Atualmente, são cerca de 100 integrantes, todos exímios mergulhadores e viviam da pesca. Rosa Tremembé é exemplo de indígena contemporâneo. Ela é mestranda em Nova Cartografia da Amazônia, pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), e participa de encontros indígenas realizados em todo o Brasil.
A abertura do Abril Indígena será às 15h de hoje, com a palestra “Rituais Amazônicos e Gestão Territorial: a experiência dos Gavião”, a ser proferida por Maycom Melo, no Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho (Praia Grande). Em seguida, será aberta “Etnografia Visual: Ritos de Iniciação Guajajara e Canela”, no mesmo local. À noite, às 19h, será apresentada a exposição “Povos Indígenas no Maranhão: a Arte da Resistência”, com exibição do trailler do filme “Iwazayzar - Guardiões da Natureza”, de Taciano Brito, na Galeria de Artes Visuais da Universidade Federal do Maranhão (Praia Grande).
Taciano Brito também assina a exposição fotográfica “Crianças Tentehar”, em que ele apresenta como principal estética o Portrait: gênero na pintura ou na fotografia no qual a intenção é descrever um sujeito humano, onde, normalmente, podem ser inspirados pela admiração ou carinho que tem pelo objeto.
No segundo dia, a programação será aberta com a palestra “Rituais e Territorialidade entre os Tenetehara”, por Elson Gomes, no Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho. À tarde, haverá mostra de vídeos etnográficos, no mesmo espaço. Por volta das 17h, será aberta a exposição fotográfica “Viva Awá Guajá”, na Oca Maranhão (Centro), com a presença especial de 13 lideranças Awá-Guajá. O objetivo é ajudar a contar a história e o momento de transição que eles estão vivendo, desde que os contatos com a sociedade tornaram-se mais frequentes.
O encerramento do segundo dia de atividades será com apresentação de cantos do povo Awá Guajá e lançamento da campanha e do CD, no Anfiteatro Beto Bittencourt. No dia 20, o indigenista Sydney Possuelo e a antropóloga Elizabeth Coelho comandarão uma roda de conversa na Sala de Multimídia do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho. Sydney é considerado a maior autoridade com relação aos povos indígenas isolados do Brasil.
Possuelo falará sobre sua experiência ao longo de uma vida dedicada aos povos indígenas. Possuelo começou a carreira ajudando os famosos irmãos Villas Boas com o seu trabalho entre os povos indígenas da região do Rio Xingu. Ele foi o homem que, nos anos 1980, mudou todo o conceito sobre a melhor maneira de proteger os índios brasileiros. Até então, toda a política da Funai era baseada no contato, seguindo os ensinamentos do marechal Cândito Rondon e dos irmãos Villas-Boas. Mais tarde, Possuelo tornar-se-ia o fundador da Coordenação Geral de Índios Isolados, o setor da Funai responsável por proteger as últimas tribos isoladas das doenças e da violência trazidas pela sociedade.
O encerramento será com exibição e debate com os Tremembé sobre o documentário “Suaçuamussuará: o tempo antigo acabou mas tudo permanecerá”, na Casa d’Arte, na Rua do Farol do Araçagi, na Raposa.
Evento: Abril Indígena
Dias: De hoje até 21
Local: Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho (Praia Grande); Galeria de Artes Visuais da Universidade Federal do Maranhão (Praia Grande); Oca Maranhão (Centro); Anfiteatro Beto Bittencourt (Praia Grande); Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Praia Grande) e Casa d’Arte (Raposa).
Entrada franca
Programação
Dia 18/04 (quarta-feira)
15h - Palestra: Rituais Amazônicos e Gestão Territorial: a experiência dos Gavião - Maycom Melo.
Local: Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho (Praia Grande)
16H30 - Abertura da Exposição Etnografia Visual: Ritos de Iniciação Guajajara e Canela
Local: Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho ( Praia Grande)
19h - Abertura da Exposição Povos Indígenas no Maranhão: A Arte de Resistência
e Exibição do trailler do filme: Iwazayzar - Gardiões da Natureza, de Taciano Brito
Local: Local: Galeria de Artes Visuais da UFMA - Rua Dr. Humberto de campos 174, Praia Grande.
19/04 (quinta-feira)
9h30 - Palestra: Cultura e Resistência dos Povos Indígenas no Maranhão - João Damasceno, Rosa e Durval Tremembé
Local: IEMA /São José de Ribamar - Estrada de Panaquatira
15h - Palestra Rituais e Territorialidade entre os Tenetehara - Elson Gomes
Local: Centro de Cultura Popular Domingos Vieira, filho/ Praia Grande
16h30 - Mostra de vídeos Etnográficos
Local: Auditório Rosa Mochel - CCPDVF
17h - Abertura da Exposição Fotográfica: Viva Awá Guajá ( para convidados)
Local: OCA Maranhão - Rua Sto. Antônio. 97 – Centro
19h - Apresentação de Cantos do Povo Awá Guajá e Lançamento da Campanha e do CD
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt - Centro de Criatividade Odylo Costa, filho
DIA 20/04 (sexta-feira)
14h - Mostra de Vídeos Etnográficos
Local: Auditório Rosa Mochel - CCPDVF
19h - Roda de conversa com o Indigenista Sydney Possuelo e a Antropóloga Elizabeth Coelho
Local: Sala de Multimídia - Centro de Criatividade Odylo Costa, filho
21/04 (sábado)
17h30 - Exibição e debate com os Tremembé sobre o documentário "Suaçuamussuará: O tempo antigo acabou mas tudo
permanecerá".
20h30 - Encerramento Cultural do Abril Indígena
Local: Casa D’Arte -Rua do Farol do Araçagi – Raposa.