A 11ª edição da Feira do Livro de São Luís (FeliS) será encerrada neste fim de semana, depois de uma sequência de dias com palestras, mesas-redondas, oficinas, intervenções artísticas, lançamentos de publicações, contação de histórias e, claro, a troca e venda de livros. Apesar da proposta mais aparente ser a de estímulo à leitura, o evento vai bem mais a fundo, pois reforça a política municipal de cidadania, traz à tona discussões sociais e promove a inclusão, não importando idade, cor, poder aquisitivo ou formação. É um espaço democrático, gratuito e aberto a qualquer um que busque conhecimento.
Com as atividades sendo realizadas das 10h às 22h em vários espaços da Praia Grande, nesta edição da Feira a expectativa é que atinja a marca de 200 mil visitantes e venda mais de 2 milhões de livros.
Mas, muito mais do que o ser um acontecimento literário - inclusive, o maior do estado -, a FeliS cumpre o papel de levar para os cidadãos uma nova maneira de enxergar o mundo, quebrando paradigmas das mais variadas vertentes, auxiliando na construção de ideias. E não há maior e melhor legado do que uma gestão pública possa construir do que dar acesso ao caminho do saber.
Uma visita à FeliS é uma oportunidade de mudar a realidade do cotidiano, deixando de ser a leitura uma atividade solitária e tornando-se uma troca de experiências simultâneas entre diferentes gerações. E quanto mais frequente esse ciclo for, sobretudo entre as crianças, maior a chance de termos um futuro com cidadãos naturalmente mais educados e engajados socialmente.
A FeliS, mais do que uma feira de livros, provoca discussões necessárias para dar fôlego a um mundo doente. Doente, por exemplo, de racismo, machismo, intolerância, preconceito social. Por isso, nada mais acertado do que a patrona desta edição ser Maria Firmina dos Reis, ludovicense, mulher e negra. Foi a primeira romancista brasileira, foi pioneira na literatura antiescravista no país e foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no Maranhão.
Assim como a escritora conseguiu por meio da literatura ultrapassar as barreiras de uma época onde o acesso à informação era muito mais restrito do que nos dias de hoje, busquemos também revolucionar a cidade, o estado, o país e o mundo através do conhecimento. E ele está ao nosso alcance na Feira do Livro de São Luís.