O prédio que abrigou o Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (Sioge) passará por grandes reformas. As obras serão realizadas por iniciativa do Governo Federal e terá duração de 16 meses. A ordem de serviço para a recuperação do imóvel foi assinada na tarde de ontem na sede da reitoria no campus Dom Delgado da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
O local deverá abrigar um museu de arqueologia - com um acervo de mais de 50 mil peças históricas -, além da pós-graduação do curso de Arqueologia da UFMA e da graduação do curso de História da instituição.
As obras, que serão realizadas pela empresa Novo Horizonte, estão orçadas em R$ 8.743.000,00. O prédio, um dos mais antigos de São Luís, antes de abrigar o Sioge. Era a Fábrica Progresso - um empreendimento do século XIX de fiação e tecelagem que foi criada em 1892, inicialmente com 150 teares para uma produção anual de 70.000 metros/ano, e 160 operários.O Sioge abrigou um dos maiores parques gráficos da Região Nordeste e chegou a ter 200 funcionários com destacada atuação no cenário editorial do Brasil. Era editado, por exemplo, o Diário Oficial Especial. Hoje o prédio, se encontra abandonado, e serve de moradia para usuários de drogas e moradores de rua, o que torna o local perigoso.
A presidente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Maranhão (Iphan), Kátia Bogéa, disse que a recuperação do prédio será de grande importância para a valorização da memória local. “É com grande alegria que estamos consolidando, na prática, um projeto que, além de valorizar um valioso prédio da cidade, também valorizará a comunidade acadêmica e a história dos povos”, disse.
A reitora da UFMA, Nair Portela, disse que a recuperação do antigo prédio do Sioge e viabilização de um espaço para o curso de Arqueologia será uma forma de aproximação da comunidade acadêmica com a sociedade. “Além disso, será uma valorização da história da cidade e uma forma de aprendizado para os nossos universitários”, afirmou.
As 50 mil peças que serão exibidas no museu de Arqueologia no antigo Sioge foram descobertas após escavações feitas durante o início das obras de terraplenagem do local onde será instalada a Refinaria Premium, da Petrobras, na cidade de Bacabeira. Entre as peças, estão objetos que comprovam o contato dos povos nativos com populações oriundas da América Central. “Com a implantação do museu, em parceria com a universidade, estas peças poderão vir ao conhecimento do público”, frisou o superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary.
Ainda de acordo com a presidência do Iphan, das 44 obras previstas no Programa de Aceleração Cidades Históricas 2 (PAC 2) na capital maranhense, 11 estão em andamento. Segundo a presidente do órgão, a revitalização da Rua Grande – obra que irá diretamente interferir no cotidiano da cidade – deverá começar até o fim deste trimestre. “Estamos com o projeto pronto e aprovado, com o orçamento garantido, faltando apenas o parecer técnico”, informou Kátia Bogéa.