Não é novidade que o Maranhão tem um litoral riquíssimo, que encanta qualquer um com sua diversidade, aspectos naturais e culturais. Uma dessas áreas é a Reserva Extrativista Marinha de Cururupu, com seus 185 mil hectares presentes nas Reentrâncias Maranhenses. A região contempla o Arquipélago de Maiaú, que possui 50 ilhas com dunas e um extenso manguezal. A opção é ideal para quem curte natureza e passeios ecológicos: as praias são belíssimas e, de quebra, ainda há a possibilidade de se encantar com a revoada dos guarás no fim da tarde, sobretudo ao final do primeiro semestre.
De São Luís às ilhas do Arquipélago de Maiaú
De ônibus: O acesso às ilhas é feito pelo município de Cururupu, a 450 km de São Luís. Para chegar na cidade, basta pegar um ônibus no Terminal Rodoviário da capital. O trajeto demora de oito a dez horas, e a passagem custa cerca de R$ 70,00.
De van: Outra opção de pegar uma van ou micro-ônibus partindo do Anel Viário, em São Luís. O veículo vai até o Porto da Espera e de balsa até o Cujupe, seguindo estrada até Cururupu. A viagem dura de cinco a seis horas, e o valor da passagem fica na faixa de R$ 70,00.
Travessia de barco
De Cururupu, o acesso às ilhas é feito partindo do Porto de Pindobal. O trajeto dura de uma a duas horas, a depender da maré, e as passagens custam de R$ 10 a R$ 20, de acordo com a ilha de destino. Para ir até a Ilha dos Lençóis a melhor opção é ir até o município de Apicum-Açu e, de lá, tomar um barco.
Dicas para a viagem:
Para quem vai passar mais de um dia em alguma das ilhas, a dica é se programar: algumas delas não possuem energia elétrica 24h (a Ilha dos Lençóis possui energia eólica e de painéis solares), e o sinal de telefone pode ser escasso. Além disso, o ideal é levar dinheiro em espécie, já que nem todos os estabelecimentos das ilhas aceitam cartão ou possuem caixa eletrônico. Algumas das ilhas possuem pousadas, mas, na maior parte delas, a opção é se hospedar e fazer refeições nas casas dos próprios moradores, que abrem as portas aos turistas (com valores a combinar).
As ilhas do Arquipélago de Maiaú
O Arquipélago de Maiaú possui dezenas de ilhas. Algumas delas têm o acesso mais difícil. Confira algumas dicas de ilhas para visitar:
Ilha dos Lençóis
“Na praia dos Lençóis
tem um touro encantado
e o reinado do Rei Sebastião”
O trecho acima pertence à toada do Bumba-boi de Maracanã, e retrata uma das principais lendas maranhenses, que faz da Ilha dos Lençóis um dos locais mais encantadores do estado: a história do Rei Sebastião e o Touro Encantado. O conto é muito respeitado pelos populares que vivem na ilha. O local também encanta por ser conhecido como a ilha dos albinos, os “filhos da lua”. Em agosto, aves migratórias passam pelo local e encantam quem tem como objetivo observar a natureza.
O turista tem a opção de se hospedar na Ilha dos Lençóis, que possui três pousadas. Uma das alternativas é a pousada Recanto das Aves, que contempla, em sua diária, café-da-manhã, almoço e jantar por R$ 130 (individual). Para reservas: (98) 98416-8010. A pousada também faz traslados completos de São Luís até a Ilha dos Lençóis, com passeio pela Floresta dos Guarás.
Ilha de Guajerutíua
Outra ilha que é um belíssimo recanto natural é a ilha de Guajerutíua – nome dado por conta de uma fruta presente na costa, chamada guajeru. É uma das maiores ilhas do Arquipélago de Maiaú, e uma das mais habitadas. Lá existe, ainda, o Lago do Chalé, que enche no período de chuvas e transforma o local em um cenário espetacular.
A ilha não conta com pousadas ou hotéis, mas os moradores abrem as portas para hospedar turistas. Uma dica é a residência do senhor Vaguinho (contato: (98) 98485-3045), com diárias de R$ 125 (café, almoço e jantar inclusos).
Ilha da Caçacueira
A ilha da Caçacueira é uma vila de pescadores, e encanta com suas ruas de areia e vasta área de coqueirais e manguezais. O local, tranquilo e bucólico, conta com casas de palha e chega a ter residências de alvenaria. Na praia, existem milhares de pés de murici, caju e guajeru.
Ilha de Valha-me-Deus
A ilha de Valha-me-Deus é outro recinto de beleza natural impar. O local foi ocupado no final do século XIX por um grupo que havia escapado de um engenho e ficou dias à deriva em uma jangada. Tornou-se conhecida por este nome porque eles suplicavam “Valha Deus” durante o percurso. A região possui pouco mais de 600 habitantes, sendo o acesso à ilha um pouco difícil. A energia elétrica da ilha é gerada por um gerador a diesel, e existem kitnets para serem alugadas por temporada.
Ilha do Bate-Vento
Outro ponto a ser visitado é a Ilha do Bate-Vento, próximo à Ilha dos Lençóis. Lá, é possível passar pelo Morro dos Três Irmãos, além de ter uma vista panorâmica da ilha através do Farol de São João.