Grupos de bumba meu boi encerraram as suas apresentações da temporada junina no tradicional Lava-bois em São José de Ribamar no último fim de semana. As apresentações que tiveram início no sábado (02) e se encerraram ontem atraíram uma multidão de seguidores admiradores dos folguedos juninos do Maranhão. A programação este ano teve início na noite de sábado (02) no Parque Municipal do Folclore Therezinha Jansen com shows culturais e a apresentação do Bumba-Boi Meu Tamarineiro, de sotaque de orquestra. Na madrugada de domingo, teve início o tradicional cortejo de grupos de bumba meu boi na Avenida Gonçalves Dias que seguiu durante toda a manhã.
Batalhão Pesado
O grande Boi de Maracanã arrastou centenas de brincantes e seguidores para São José de Ribamar. Já o Batalhão de Ouro chegou na cidade balneária no fim de manhã para animar o público ao som das vozes dos cantadores Tetêco, Ribinha de Maracanã, Humberto Filho e Toinho Rocha além do seu suntuoso corpo de baile. Mesmo debaixo do Forte Sol que fazia durante os dias os brincantes não deixaram de acompanhar o grupo na apresentação. Caboclos de pena dançavam com os pés descalços no asfalto com uma animação como se fosse a primeira apresentação. Os matraqueiros e pandeeiros que seguem fielmente o boi também marcaram presença dando o tom para as toadas novas e de Mestre Humberto.
Há 38 anos participando de grupos de bumba meu boi, o miolo do Boi de Maracanã, José Maria Ferreira da Silva (Seu Zequinha) deu um show de resistência física se apresentando desde as 22h de sábado (2) até o cortejo no Lava-bois.
Segundo José: “Não tem cansaço que o pare. E só vai parar de dançar no dia que Deus chamar”.
O miolo estava acompanhado da esposa, Maria do Carmo Costa Couto, que é cabocla de fita no grupo há 14 anos. Devota de São João Batista, um dos principais santos adorados no mês de junho, ela conta que fica o ano todo esperando a temporada junina.
Também com muita energia e disposição o Boi de Panaquatira também agitou a principal avenida da cidade. Apesar do cansaço ao fim da maratona de apresentações, os integrantes (adultos e crianças) dançavam com a mesma animação do início da temporada junina. Haja folego!
Tradições
Além dos matraqueiros que acompanhavam os grupos no cortejo durante os percussos, muitas pessoas acompanhavam a festa do alto, das varandas dos imóveis ao longo da avenida. São poucos os relatos históricos das origens do Lava-Bois. A versão contada por moradores mais antigos de São José de Ribamar revela que a festa teve início na década de 1950. O Lava-Bois surgiu de um ritual promovido por boieiros que foram até o município pagar uma promessa de São João, e desde então acabou se tornando tradição todos os anos na cidade, juntando milhares de seguidores. O nome Lava-Bois foi dado devido ao fato do evento encerrar oficialmente a temporada junina no estado.
A concentração das brincadeiras acontecia em frente a Igreja Matriz. Os primeiros Bois que participaram da festança foram os batalhões de Axixá, Rosário, Peri-Merim, Santa Rita e São José de Ribamar. O evento começou a ganhar maiores proporções com as participações de representantes dos Bois de São José dos Índios e Sítio do Apicum.
Abaixo um vídeo da grande festa de lava bois 2016: