Nos últimos três anos, o Maranhão apresentou um crescimento equivalente a 20,83% no número de empresas exportadoras, segundo dados do Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Em 2013, pelo menos 72 empresas realizaram operações de exportação no estado, e a expectativa é que se alcance o número de 100 em 2017. Neste período, o Brasil expandiu suas empresas exportadoras em apenas 8,11%, de acordo com o MDIC, e alcançou índices de retração no volume de negócios em exportações em torno de 21,08%. Enquanto isto, o Maranhão alcançou crescimento em volume de aproximadamente 30%, acompanhando do incremento das empresas exportadoras no estado.
Ainda segundo informações do MDIC, Chile, Uruguai e Argentina cresceram no último ano a taxas superiores a 1,2%, 1,4% e 2,0%, respectivamente, enquanto o Brasil, segundo o Fundo Monetário Internacional, sofreu grave desaceleração da economia, registrando crescimento do PIB equivalente a -3,8%. Neste cenário, o Maranhão apresentou, no período, redução no volume de suas importações em 47,01%, acompanhando a desaceleração das importações nacionais que recuaram 28,41%.
A redução das importações e o crescimento gradual das exportações geraram tanto no Brasil quanto no estado, índices acima da média histórica no que se refere ao saldo da balança comercial – diferença entre exportações e importações. O Maranhão apresentou crescimento de 87,31% no saldo comercial no período entre 2013 e 2015. Para identificar os perfis dos negócios e as barreiras encontradas no processo de internacionalização, a Fiema está finalizando um estudo que tem o objetivo de mapear as empresas exportadoras existentes no estado.
“A Fiema tem promovido ações que visam estimular a inserção competitiva das indústrias maranhenses ao mercado internacional, e o primeiro passo é mapeá-las, para que possamos atendê-las de acordo com a necessidade da empresa e do mercado”, afirmou o superintendente da Fiema, Albertino Leal de Barros Filho.
O estudo revelou que as empresas exportadoras maranhenses apresentaram participação média das exportações em torno de 6 a 30% do faturamento em 2015. Neste período, cada uma delas estabeleceu relações comerciais com pelo menos três empresas estrangeiras e algumas registraram até 12 países destinos no período.
Outros fatores que as empresas consideram obstáculos externos às suas exportações, custos de transporte nacional, portos e aeroportos, acirrada concorrência internacional, burocracia alfandegária, greves, liberação de cargas, além da política cambial desfavorável e dificuldade na liberação de créditos tributários.
Em 2016, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN), a Fiema realizou mais de 750 atendimentos aos empresários com os serviços de consultoria, capacitações, promoção de negócios, encontros de negócios entre empresas maranhenses e estrangeiras, além do apoio a investidores estrangeiros que tenham interesses em investir no estado. São empresas que veem na exportação um diferencial e uma oportunidade para expandir seus negócios.
A Fiema ainda participou de missões empresariais aos Estados Unidos, Canadá, França, Bélgica, Singapura e Panamá, promoven¬do as vantagens competitivas e as potencialidades do ambiente favorável aos negócios a parceiros e entidades internacionais. Além de receber embaixadas e empresas como WTorre, grupo que vai construir um porto no Maranhão, e a China Brazil Xinnenghuan International Investment (CBSteel), que manifestou recentemente interesse em instalar projeto siderúrgico no estado.
Para 2017, estão previstas mais de 210 vagas em capacitações em parceria com o Sebrae para promover a competitividade global aos micro, pequenos e médios empresários maranhenses. Os te¬mas das capacitações contemplam negociação internacional, prospecção de novos mercados, formação de preço de exportação, mecanismos de financiamentos à exportação, além de capacitações setoriais em São Luís e Imperatriz.
Sabendo que expandir os negócios para o exterior exige preparação, o empresário Cássio Witt, sócio da empresa maranhen¬se EcoBrazil, que atua na cadeia produtiva do coco babaçu, produzindo carvão vegetal, participa ativamente dos eventos promovidos pela Fiema.
O CIN é um parceiro estratégico para busca de informações e amadurecimento dos negócios para quem quer ingressar no mercado internacional. Para a especialista em comércio exterior, Deise Quevedo Bastos, o atual momento de recessão pelo qual o país passa é sim considerado um bom momento para exportar.
“O mercado externo pode ser uma alternativa extremamente viável para as empresas que desejam aproveitar este momento de crise para começar a atuar no comércio exterior”, disse.