Miss Maranhão Deise D’anne defende o emponderamento da mulher negra no Estado
Trinta anos depois da gaúcha Deise Nunes se tornar a primeira Miss Brasil negra em um país, onde as mulheres negras são maioria, mas não costumam ter um representatividade mais frequente nos concurso de beleza, uma jovem cujo nome foi escolhido em homenagem a Deise Nunes, vinda do estado de maior população negra do país, conquistou o terceiro lugar no concurso Miss Brasil, que teve como vencedora uma mulher negra, além de registrar a participação de seis candidatas afrodescendentes.
A Maranhense Deise D’anne alcançou uma dimensão que ela considera ter um significado que vai muito além das passarelas e é na avaliação da Miss Maranhão, uma contribuição a mais no processo de emponderamento das mulheres negras no Estado. “´É importante lembrar que os negros chegaram aqui como escravos mas muitos eram reis e rainhas na África e considero importante o resultado que obtive no concurso Miss Brasil para ajudar a fortalecer a luta pelo emponderamento das mulheres negras”, comentou.
Deise D’anne tem um bom conhecimento dos referenciais que marcam a ancestralidade das mulheres negras no Maranhão, e cita como exemplos de rainhas que se tornaram escravas, quando vieram para o Brasil, a história de Ná Agotimé, vinda do reino de Daomé, atual República do Benin. Conforme relato do antropólogo Pierre Verger Ná Agotimé, foi fundadora da Casa das Minas, após ser vendida como escrava juntamente com outros membros da família real que foram trazidos para o Maranhão. Deise D’anne reconhece a importância simbólica do concurso Miss Brasil deste ano, no qual três décadas após a xará ter feito história em 1986 registrou uma participação de destaque de candidatas negras.
Curiosidades
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas(IBGE) indicam que o percentual de negros na população maranhense é de 80,6%, números que colocam o estado como o de maior população negra do país, a frente da Bahia (79,3%) e do Pará( 78,6%).
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