Catarina Mina ganhou livro homônimo escrito pela contista, poeta, dramaturga e roteirista Lenita Estrela de Sá. A obra foi escrita em 1976, quando a autora tinha apenas 15 anos de idade. O livro será lançado em noite de autógrafos e coquetel, hoje, às 19h, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho. Este é o décimo primeiro livro publicado pela maranhense.
“Catarina Mina” recebeu, em 1979, o prêmio “Viriato Corrêa”, concedido pelo Departamento de Assuntos Culturais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em concurso literário oficial. O concurso foi aberto a todos os escritores da comunidade literária maranhense, coordenado por figuras representativas naquela época, como Aldo Leite, Mário Cella e o então pró-reitor da UFMA, Aldir Melo.
O livro foi escrito logo após Lenita ter publicado sua primeira crônica, “Alcântara em Festa do Divino”, em um periódico local. Em conversas com o pai, o diretor de teatro popular Cecílio Sá (já falecido), veio à tona a figura exuberante da negra Catarina Mina, que a inspirou a escrever a obra.
“Estou à disposição de diretores de teatro ou cinema que queiram levá-la para os palcos ou para as telas”, disse a escritora, que com esse texto foi admitida nos quadros da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.
De acordo com a escritora, como não fazia parte do prêmio a publicação do texto, ela resolveu fazê-lo agora por conta própria, para levá-lo aos leitores e às bibliotecas do Maranhão. Por esse motivo, a tiragem ficou reduzida. Exemplares podem ser encontrados na Livraria Vozes (Rua do Sol). Ela tem vários outros inéditos, que deverão ser publicados ainda este ano, sendo um deles a reunião de um roteiro de cinema e uma minissérie de televisão em cinco capítulos que constituem a adaptação pela própria autora de sua peça teatral, registrados na Biblioteca Nacional em 1990. O outro é intitulado “Vista para o Central Park e outros contos”.
A História de Catarina Mina
O nome de Catarina Mina era Catarina Rosa Pereira de Jesus, dona de uma barraca ao pé da ladeira do hoje conhecido Beco Catarina Mina, na Praia Grande. Da região de Costa da Mina (Golfo da Guiné), na África, de onde veio grande parte dos escravos do Brasil, a negra comprou sua alforria graças ao dinheiro recebido de seu trabalho e, segundo contam, dos favores prestados aos comerciantes portugueses endinheirados da Praia Grande.
Com a fortuna, comprou também a alforria de muitos de seus amigos. Liberta, tornou-se senhora de escravos, com quem sempre passeava pelas ruas da cidade. Suas escravas a seguiam em cortejo vestidas caprichosamente de rendas e bordados e ajaezadas com muitos colares, pulseiras e brincos de ouro. A dona, à semelhança de seu séquito, vestia finas sedas e brocados, com jóias que cobriam colo, orelhas e braços, para estar em igual paridade às damas da época.
Evento: Lançamento do livro Catarina Mina
Dia: Hoje, às 19h
Local: Centro de Criatividade Odylo Costa, filho
Preço do livro: R$ 20,00