No cinema maranhense, o ano foi do filme “Muleque Té Doido 2”. A comédia se sobressaiu na telona e lotou as salas de cinema de São Luís e Imperatriz, com a segunda versão do filme de Erlanes Duarte.
O longa-metragem aborda a história da lenda do Rei Dom Sebastião, tendo São Luís como pano de fundo e algumas cenas gravadas na Ilha dos Lençóis, no município de Cururupu. Os protagonistas são os atores Erlanes Duarte (que vive personagem homônimo), Dorivaldo dos Santos (Nikima), Júnior Andre (Guida Guevara) e Marcos Santos (Sorriso).
“Muleque Té Doido 2”, segundo Duarte, conseguiu contribuir com o fomento do mercado e a formação de plateia. “Acredito que, de certa forma, estamos fazendo a nossa parte”, disse à época do lançamento, acrescentando que o projeto contribuiu para quebrar um pouco a dificuldade de aceitação dos filmes maranhenses pelas franquias nacionais.
O cineasta maranhense Frederico Machado, também teve novidades este ano. O filme “Angústia” destacou-se como o melhor em festivais de países como Armênia, Itália e Indonésia, tendo sido selecionado para mais de 30 eventos do gênero. Foi o ano também de conclusão do filme “Lamparina da Aurora”, com os atores Buda Lira, Antonio Saboia e Vera Leite. Além disso, a Escola Lume de Cinema, por ele dirigida, formou quase 20 alunos, os quais realizaram quase 10 trabalhos em curta-metragem ao longo do ano.
Nas artes plásticas, a novidade foi o projeto do Museu da Memória Audiovisual do Maranhão (Mavam), que lançou, no mês de julho, na Galeria Trapiche, o projeto Arte Maranhão, reunindo 13 de uma série de 39 filmes, ou seja, um verdadeiro mapeamento das artes plásticas maranhenses dos últimos 70 anos. O lançamento ocorreu com a exposição de algumas obras dos artistas Jesus Santos, Thiago Martins, Mondego, Airton Marinho, Dila, Ciro Falcão, Cláudio Costa, Péricles Rocha, Marçal Athayde, Fernando Mendonça, Paulo Cesar, João Atanásio e Marlene Barros, todos contemplados no projeto.
Os documentários, dirigidos por Beto Matuck, têm duração média de 26 minutos. Conforme afirmou Matuck, trata-se de um panorama vivo da arte visual do Maranhão. Um perfil desses artistas a partir das experiências e depoimentos vividos em seus ateliês e pelas cidades onde vivem. A iniciativa contou com o esforço e dedicação do escritor e cineasta Joaquim Haickel, diretor do Mavam.
Já na na literatura, 2016 foi generoso com os intelectuais da Academia Maranhense de Letras (AML), que dinamizou suas ações junto à comunidade e levou estudantes para a Casa de Antônio Lobo. A instituição experimentou um ano movimentado, com lançamentos de livros, palestras e frutíferas parcerias.
O ano também marcou o lançamento do livro sobre o movimento Akademia dos Párias. Lançado no dia 19 de maio, o livro “Akademia dos Párias: a poesia atravessa a rua”, reuniu poemas, fotos e jornais que contam a história do grupo de poetas que editava a revista “Uns & Outros” nos anos 1980. Na obra, estão versos dos poetas Ademar Danilo, Antonio Carlos Alvim, Celso Borges, Fernando Abreu, Raimundo Garrone, Guaracy Brito Jr, Joe Rosa, Mara Fernandes, Marcelo Silveira (Chalvinski), Paulinho Nó Cego, Paulo Melo Sousa, Rezende, Ronaldão, Ribamar Filho e Suzana Fernandes.